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História 05 Novembro 2020, 17:51

Gaël Givet: “O clássico é uma partida importante para os torcedores”

Gaël Givet: “O clássico é uma partida importante para os torcedores”
Lembranças... Dias antes do clássico frente ao Nice, Manu Dos Santos, Gaël Giver e Sébastien Squillaci relembram a rivalidade contra os Aiglons. A segunda parte é com Gaël Givet, que hoje é auxiliar de Frédéric Barilaro com a equipe sub-19.

Depois de Manu Dos Santos ontem, é a vez de Gaël Giver contar suas lembranças do clássico três dias antes do 99º jogo entre Monaco e Nice na primeira divisão. Ao longo de sua extensa carreira, o antigo zagueiro, que hoje é auxiliar de Frédéric Barilaro no sub-19, participou de oito jogos entre o ASM e o OGCN. Vamos lembrar momentos do clássico com Gaël Givet!

Gaël, o que a palavra “derby” significa?

São lembranças que voltam muito no tempo (risos). Tenho algumas que voltam à mente, como o último que joguei em casa no campeonato (no dia 4 de novembro de 2006). Estava 0-0 e eu acabei cometendo um pênalti, mas Flavio Roma defendeu. Também me lembro de um que ganhamos em Nice com gols de Dado Prso e Ludovic Giuly (no dia 30 de abril de 2004). Ainda lá, me lembro de um jogo em que sofremos um gol com um chute de longe de Éderson de 40 metros de distância (no dia 26 de fevereiro de 2005). Enfim, também há outro que me lembro, quando empatamos depois que Toto Squillaci colocou a mão na bola nos últimos minutos (no dia 21 de janeiro de 2004).

Houve algum que ficou mais marcado que os outros?

Foi um que ganhamos por 2-1. É uma boa lembrança. Ganhar clássicos sempre é prazeroso, pois sabemos que é uma partida importante para os torcedores. Depois, aquele em que fiz uma falta e concedo o pênalti nos últimos minutos também é marcante. Flavio Roma nos salvou e poderia ter sido catastrófico para mim. Fiquei aliviado, pois perder o clássico e ser o culpado poderia ter me feito mal.

O que aconteceu com Victor Agali no dia 2 de outubro de 2004?

O atacante do Nice fez o jogo de sua vida. Não acredito que ele tenha marcado tanto na sequência da temporada. Estávamos vencendo por 3-0 no intervalo e, logo depois, eles recuperaram o 3-1 e o 3-2. Eu saí logo depois, pois Patrice Evra acabou dando uma bolada no meu rosto na tentativa de afastar a bola. Foi um desentendimento entre ele e eu que mexeu com minhas lembranças do jogo, eu estava atordoado.

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Manu Dos Santos et Gaël Givet entourent Mamadou Bagayoko

Também falamos com Manu Dos Santos sobre um jogo que não acabou da melhor forma, o da semifinal da Copa da Liga no dia 7 de fevereiro de 2006.

Hugo Lloris estava no início de sua carreira no gol do Nice. Ele fez uma partida gigante, pois dominamos e tivemos muitas ocasiões. Tenho a lembrança de ter visto um jogador que se tornou jogador da seleção fazer muitas defesas. E fomos punidos. Isso aconteceu diversas vezes no clássico. Não é uma boa lembrança, pois não conseguimos ir ao Stade de France. Faltou eficiência para a gente.

Como você se sente depois desse tipo de derrota?

É realmente complicado. São clássicos, e no cotidiano encontramos torcedores do Nice em Monaco que brincaram conosco, mesmo se na época não havia redes sociais e era algo menos forte do que hoje. Estar vencendo por 3-0 e perder por 4-3 acontece somente uma vez na carreira. Infelizmente, foi contra a gente e sabíamos que era um momento importante para os torcedores. Nos sentimos um pouco envergonhados e humilhados por termos perdido daquela maneira. Já é complicado num jogo normal, mas num clássico é mais pesado ainda.

“Me lembro de um jogo em que as coisas esquentaram no fim do jogo entre Julien Rodriguez e Sammy Traoré, sendo que os dois foram expulsos. Alguns dias depois, saímos com alguns jogadores do Nice e ver os dois unidos, cantando juntos, foi curioso.
Gaël Givet

Enfrentar o Nice com a camisa de outra equipe torna as coisas em algo particular?

Se seguirmos na minha época com o Monaco, enfrentar o Nice sempre era algo grande. A gente marcava a data no calendário desde o primeiro dia, com a partida sendo disputada no Louis II ou no Stade du Ray, que era um estádio que tinha um ambiente e uma atmosfera enorme.

Qual a visão que você tem do Nice quando sai da base do Monaco?

Nice era um clube com valores que correspondiam. Haviam jogadores de personalidade forte como Cyril Rool, Florent Balmont, Sammy Traoré, Cédric Varrault ou Pancho Abardonado. Me reconhecia nesse tipo de clube, mas não me via jogando lá depois de ter jogado pelo AS Monaco.

Você tem alguma história para contar para os leitores, uma história envolvendo o clássico?

Se for buscar na memória, me lembro de um jogo em que as coisas esquentaram no fim do jogo entre Julien Rodriguez e Sammy Traoré, sendo que os dois foram expulsos. Alguns dias depois, saímos com alguns jogadores do Nice e ver os dois unidos, cantando juntos, foi curioso. Com os jogadores do Nice, havia uma rivalidade em campo, mas isso não impedia com que, fora dele, a gente poderia se entender bem.

Vamos falar do presente. Você venceu o clássico com o time sub-19 por 4-3 há algumas semanas. Também há um sabor particular, ganhar contra o Gym como treinador?

Para o Monaco e o Nice, a partida é algo importante e é necessário vencer. Se formos falar do último jogo, realmente não foi a nossa melhor partida da temporada e não penso que merecemos vencer. Estivemos atrás no 1-0, depois com 2-1 e tivemos o mérito de nunca desistir para buscar o 4-3. Como formador, não podemos nos contentar do resultado final mesmo se foi uma vitória num clássico e é algo que deve ficar na mente dos jogadores.

Como você faz para transmitir essa noção do clássico para os jogadores, seja você ou Frédéric Barilaro?

“Falamos para eles do tanto que a partida representa para o clube, para os torcedores. Há uma verdadeira história entre os dois times e uma rivalidade no nível esportivo. Os clássicos são encontros onde há um acréscimo de intensidade, de duelos e que é necessário fazer um pouco mais. Se alguns jogadores estão se poupando ou estão na dúvida, mesmo se isso não deve acontecer, nós falamos que, nesse tipo de jogo, não é possível relaxar durante um instante e é preciso dar de tudo até o último segundo.

Rise. Risk. Repeat.