Gilbert: "Encontrei Bernardo Silva em um Smart nas ruas de Lisboa"

Paixão além das fronteiras. Apesar de viver perto de Lisboa há 23 anos, Gilbert nunca deixou de vestir as cores do AS Monaco, nem de vibrar pelo seu clube favorito. Aos 48 anos, este torcedor de origem portuguesa, que passou a juventude no Hauts-de-Seine, não perde um jogo mesmo sendo expatriado e também estará nas arquibancadas nesta quinta-feira à noite para incentivar a equipe durante as oitavas de final da Liga Europa contra o Braga.
Olá, Gilberto. Como você se tornou um fã do AS Monaco?
No meu aniversário de 8 anos, meus pais me deram uma camisa do AS Monaco. Por que escolheram ela? É uma boa pergunta, embora eu ache que foi por causa da cor vermelha, que era a minha favorita. Naquela época havia muito menos jogos na TV, então acompanhávamos os resultados especialmente aos domingos assistindo à Téléfoot, e não me lembro se já tinha um pouco de carinho pelo Monaco ou se foi realmente essa camisa que começou tudo.
E desde então, essa paixão nunca mais te abandonou…
Não, de jeito nenhum. Quando eu era criança, jogava como goleiro e, portanto, meu primeiro jogador favorito foi Jean-Luc Ettori. O fato de ele ter jogado toda a sua carreira no Monaco foi mais um motivo para me ligar a ele. Também gostei muito de Victor Ikpeba, que foi meu favorito por um tempo, e depois Ludovic Giuly.
Mesmo quando se mudou para Portugal, você conseguiu ir ver os jogos do Monaco em diferentes estádios?
Até a minha partida em 1999, eu só tinha ido ao Louis-II duas vezes, mas cada vez que o Monaco jogava no Parc des Princes eu estava lá. Também havia comprado minha passagem para a final da Copa da França 1992 logo após a vitória contra o Ajaccio, na manhã do drama de Furiani na outra semifinal. E quando cheguei em Portugal, peguei o Canal Satélite e sentava na frente da minha TV. Ainda fiz a viagem a Gelsenkirchen para a final da Liga dos Campeões em 2004, e sempre que venho à França tento ver se há um jogo da equipe. Então fui para Lyon em 2007 e para Dijon em 2017, onde levei minha filha pela primeira vez para uma partida do AS Monaco.
E quando o Monaco joga em Portugal, imaginamos que não você não perca a chance…
Exatamente. Estive nos jogos contra o Benfica, na pré-temporada de 2011 e depois na Liga dos Campeões de 2014. Também estive no Porto para o jogo da Champions em 2017, e depois houve jogos de preparação, como em 2017 contra o Sporting Portugal. A última vez que vi o Monaco foi em Braga em 2019, com a minha filha, para um amistoso.
Como o AS Monaco é visto em Portugal?
O Clube é conhecido, sobretudo, graças ao período recente em que tivemos muitos jogadores portugueses. Quando havia Leonardo Jardim, João Moutinho ou mesmo Bernardo Silva, quase todos os jogos eram transmitidos. Agora é menos o caso, há um domínio real do PSG. Aqui, percebemos o Monaco como um clube simpático. E como Lisboa se tornou uma cidade turística, às vezes encontro na rua pessoas com uma camisa ou cachecol do Monaco.
O AS Monaco teve muitos jogadores portugueses em sua história. Qual é o seu favorito?
Bernardo Silva. Em Portugal, sou torcedor do Benfica, pelo fato dele vir desse clube. Na altura, ninguém aqui entendia porque o Benfica não tinha apostado nele, mas pessoalmente fiquei super feliz por vê-lo conseguir coisas mágicas com a camisa do Monaco. Além disso, conheci-o em Lisboa, poucos dias antes de um jogo da seleção. Eu estava de patinete e ele passou, de Smart, na direção oposta. Eu o reconheci imediatamente e me virei para parabenizá-lo, em francês, e agradecer por tudo que ele trouxe para o Monaco e o título de 2017. Ele ficou um pouco confuso com minhas palavras, mas deve ter ficado feliz.
Você, que conhece este time do Braga, como vê o jogo desta noite?
Um jogo fora de casa é sempre complicado. O Braga é uma equipe que se procura, com muitos jovens, mas tem feito algumas boas atuações na Liga Europa. Eles estão em 4º lugar na liga, mas estão um pouco menos fortes do que nos anos anteriores. O Monaco é o favorito, mas nunca se sabe o que esperar desta temporada. Ainda estou confiante, mesmo que quando eu viajo, muitas vezes dá errado. Espero não ser o pé-frio (risos)!