Manu Dos Santos: "O OM no coração, o AS Monaco no sangue"

Manu, em 2003, enquanto vestia as cores do Olympique de Marselha, o AS Monaco venceu no Stade Vélodrome pelas semifinais da Copa da Liga. Você se lembra deste jogo?
Me lembro muito bem, estava em campo naquele dia. Se me recordo bem, perdemos por 1 a 0 com um gol de Dado Prso. Ele marcou ao completar na primeira trave o cruzamento de Jérôme Rothen, uma jogada bem trabalhada por esta equipe monegasca treinada por Didier Deschamps.
Esta temporada 2019-2020 marca a última edição da Copa da Liga. O que te lembra esta competição?
Ela me inspira especialmente o arrependimento, por ter parado duas vezes nas semifinais. Houve 2003, mas também outra semifinal perdida contra o Nice pelo AS Monaco em 2006. Foi no Louis-II, nós dominamos, mas o Nice marcou nos últimos minutos. A Copa da Liga era uma competição com partidas de bom nível e uma qualificação europeia ao final. Mas ela nunca pegou aqui, enquanto na Inglaterra é uma competição que já dura há muito tempo.

Você vivenciou partidas de AS Monaco x OM por ambos os lados. O que esse duelo representa para um jogador?
Na minha época, ainda havia um pequeno aspecto de identidade, mas hoje sinto que há menos. O futebol é um reflexo da sociedade e, com a globalização, a cultura dos jogadores de futebol evoluiu. Dito isto, um AS Monaco x Olympique de Marselha ainda é um clássico de prestígio, com uma verdadeira história por trás, por isso não é um jogo como os outros.
Qual é a atmosfera em torno de um AS Monaco x OM na base, especialmente no sub-17 que você treina?
Entre os jovens é diferente. Estamos mais na fibra da identidade, porque viajamos menos do que os profissionais e enfrentar o Marselha é uma partida de referência da temporada da mesma forma que contra Nice, Montpelier ou Nîmes, os outros clubes profissionais que enfrentamos em nosso grupo. Há uma supremacia em jogo.

Do que você lembra de suas experiências como jogador de AS Monaco e Olympique de Marselha?
Teve algum AS Monaco x OM que te marcou mais?
Lembro-me de uma partida em 2004, quando jogava pelo Marselha. Era início de maio e na quarta-feira assistimos aos monegascos se classificarem para a final da Liga dos Campeões, diante do Chelsea. No dia seguinte, fizemos o mesmo na Liga Europa derrotando o Newcastle. E no fim de semana seguinte, jogamos e perdemos na liga contra o AS Monaco no Stade Louis-II. Ludo Giuly havia marcado um gol nos acréscimos, mas a verdadeira preocupação era a lesão de Didier Drogba, que foi atingido nas costelas. Sua lesão se arrastou até a final que perdemos para o Valencia, algumas semanas depois. E o AS Monaco também perdeu para o Porto… Mas ter dois clubes franceses em finais europeias na mesma temporada era algo excepcional.
