Caio Henrique: "Manter o nosso ímpeto"

Depois de chegar neste verão do Atlético de Madrid, Caio Henrique foi descobrindo a Ligue 1 aos poucos, tendo disputado as últimas cinco partidas (duas como titular). Autor de um notável segundo tempo contra o Paris Saint-Germain, o selecionável brasileiro Sub-23 conversou com jornalistas dois dias antes de enfrentar o Nîmes, na 12ª rodada da Ligue 1 Uber Eats.
Pouco antes da coletiva de imprensa do defensor de Mônaco, aqui está o que Niko Kovac disse sobre Caio Henrique em sua coletiva de imprensa: “Estou muito feliz com as atuações de Caio. Ele parou de jogar em março por causa do COVID-19. Por isso, ele ficou seis meses sem jogar e teve tempo de voltar ao topo de sua forma física, já que sofreu uma lesão em Nice durante o amistoso. Ele está melhorando dia a dia, treina muito e mudou o jogo contra o PSG. Ele está na seleção olímpica brasileira, isso é bom para o seu futuro. Enfim, um brasileiro com bola é sempre maravilhoso de assistir (sorrisos). Temos um grande jogador com Caio para o futuro, com certeza. ”
Caio, você pode nos contar sobre esse segundo tempo marcante que você fez contra o Paris Saint-Germain? Isso lhe dá mais confiança para o futuro?
Essa vitória contra o Paris Saint-Germain, para a qual contribuí ajudando a equipe, me dá confiança. Foi um jogo muito difícil, mas conseguimos conquistar os três pontos. Isso dá ainda mais motivação no trabalho para continuarmos a evoluir, para manter o nosso ímpeto e para alcançar os objetivos do Clube.
Você falou no intervalo com o Cesc Fabregas, que, como você, entrou no segundo tempo?
O Cesc é um jogador que fala muito e procuramos estar sempre atentos a ele. Ele conhece as diferentes situações de jogo e nos mostra o caminho a seguir. Em campo, não hesita em nos dar alguns conselhos sobre o nosso posicionamento ou como cruzar. São coisas naturais: não nos sentamos em um canto para discutir as coisas de uma maneira específica, são pequenos conselhos que ele dá aqui e ali para evoluir e é importante para mim ouvir.
De forma mais geral, o que jogadores experientes trazem para a equipe?
Temos a sorte de ter uma mistura de jogadores jovens e jogadores experientes. Quando você fala do Cesc, que é uma pessoa muito importante para a seleção, obviamente você pensa na experiência dele, no fato de ele já ter conquistado o Mundial e tantos outros troféus. Só podemos ouvir o que ele tem a dizer porque ele é uma boa pessoa em termos de conselho, pois sabe do que está falando. É um prazer trabalhar ao lado dele e temos que ouvir para continuar melhorando.
Como está a concorrência dentro do grupo?
A competição é saudável em nosso time. Há muita qualidade nas posições laterais, o que é bom. Acredito que só no final de semana o treinador escolhe o que tem treinado melhor e tem um bom desempenho nas partidas. Este é o critério número um.
Antes de ingressar no AS Monaco, você passou vários meses sem jogar. Como esse período foi para você?
Tive muita dificuldade a partir de março. Eu estava no Brasil, treinava todos os dias antes do final da temporada. Depois voltei para a Espanha, onde infelizmente contraí a Covid-19, então tive que esperar mais um mês. No final, foram quase sete meses sem poder entrar em campo e, portanto, sem jogar. É verdade que foi um momento difícil, porque foi mais difícil para voltar ao meu nível. Sinto que estou ficando cada vez melhor e o investimento que estou fazendo nos treinamentos está valendo a pena, por isso estou muito feliz.
Conte-nos sobre sua primeira experiência na Europa, no Atlético de Madrid.
Esse período na capital espanhola me ajudou muito. Quando você vem da América do Sul, você é brasileiro, e está indo para a Europa pela primeira vez, é uma situação difícil que você terá que enfrentar. Deixar a família e os amigos é uma ótima maneira de crescer, e essa experiência no Atlético me permitiu crescer como jogador de futebol e como pessoa. Hoje é algo que me ajudou muito na minha adaptação ao AS Monaco. Eu continuo me adaptando dia após dia.
Por que você acha que não funcionou lá?
Cheguei a Madrid com 18 anos. Como disse, esta situação não era fácil. Não tive a oportunidade de mostrar minhas qualidades, mas pude aprender uma nova cultura, um novo idioma, jogar em um novo estádio. Essas são coisas que me beneficiaram, mesmo que eu preferisse voltar ao Brasil para ter mais tempo de jogo. Acho que esses empréstimos foram positivos porque voltei para a Europa com mais experiência. Hoje eu sinto que estou me adaptando mais rápido e estou mais pronto para este novo desafio.
Você também é um selecionável Sub-23 pelo Brasil – as Olimpíadas estão na sua cabeça?
Trabalhamos para estar na seleção nacional como um atleta de ponta. Tenho sorte de poder competir nas Olimpíadas e estou tentando fazer de tudo com o AS Monaco para ter um bom desempenho e ser convocado. Dependerá do meu nível de jogo. Se eu trabalhar bem e tiver um bom desempenho, poderei competir.
Você tem a equipe principal em mente?
Todo jogador sonha em vestir a camisa da Seleção um dia. Fico bastante tranquilo com isso porque sei que dependerá do meu desempenho. Se eu tiver um bom desempenho, talvez receba uma ligação do técnico. Eu trabalho muito para que isso aconteça, mas não é nisso que estou pensando todos os dias.
O Maracanã é o estádio mais bonito que você já jogou?
É um estádio muito especial com certeza e foi ótimo jogar lá. O Maracanã é um estádio histórico no Brasil. Todas as crianças, jovens jogadores, sonham em jogar lá um dia. Tive a oportunidade de disputar vários jogos importantes ali frente a mais de 50.000 torcedores, foi um sonho que pude realizar.
Para finalizar, o que você acha do FIFA, um jogo em que o AS Monaco Esports está de volta?
Eu realmente gosto de jogar FIFA, embora não tenha um console no momento. Acho que no último jogo que joguei não fiquei muito feliz com a forma como eles renderizaram meu rosto e não estava com minha melhor aparência, mas foi meio engraçado (risos). Jogar é algo de que gosto sempre que tenho oportunidade, após o treino ou nas horas de descanso.